terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Beija-me secretamente no teu íntimo


Beija-me secretamente no teu íntimo
Antes na frescura dos teus lábios
Beija-me discretamente no teu imo
A ter a ternura completa dos sábios

Beijo terno de luz acesa
O que sei de paladar apurado
Beijo doce de vontade coesa
O tal que não foi consumado

Beija agora, me na tua mão
Entre os dedos me sentes vivo
Beija já esta língua de dom
Embora não sem a teres sentido

Antes do sossego dos olhos ledos
Melancolia se desbruça nessa boca
Ousas adormecer de secura nos dedos
Recordo sério tal lembrança oca

Beijo-te não beijando nunca
Alguma vez beijado sou e beijo
Lembrarei sempre como se junca
Beijando ardentemente o desejo
Ultraje feroz deste encanto
Crianças hesitam como vão falando
Inexperiência de como sentir tanto
Almejam ser mais sentidas decanto
No quarto enorme do quotidiano
Dizem tudo como surge, e enquanto
O dia floresce suavemente ao piano

de F.J.O.C. (beijado)

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