quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Dois excertos de odes (Fins de duas odes, naturalmente)" - Álvaro de Campos

I

Vem, Noite antiquíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite
Com as estrelas lentejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito.

Vem, vagamente,
Vem, levemente,
Vem sozinha, solene, com as mãos caídas
Ao teu lado, vem
E traz os montes longínquos para o pé das árvores próximas,
Funde num campo teu todos os campos que vejo,
Faze da montanha um bloco só do teu corpo,
Apaga-lhe todas as diferenças que de longe vejo,
Todas as estradas que a sobem,
Todas as várias árvores que a fazem verde-escuro ao longe.
Todas as casas brancas e com fumo entre as árvores,
E deixa só uma luz e outra luz e mais outra,
Na distância imprecisa e vagamente perturbadora,
Na distância subitamente impossível de percorrer.

Nossa Senhora
Das coisas impossíveis que procuramos em vão,
Dos sonhos que vêm ter conosco ao crepúsculo, à janela,
Dos propósitos que nos acariciam
Nos grandes terraços dos hotéis cosmopolitas
Ao som europeu das músicas e das vozes longe e perto,
E que doem por sabermos que nunca os realizaremos...
Vem, e embala-nos,
Vem e afaga-nos.
Beija-nos silenciosamente na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.
E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
Onde têm raiz todas essas árvores de maravilha
Cujos frutos são os sonhos que afagamos e amamos
Porque os sabemos fora de relação com o que há na vida.

Vem soleníssima,
Soleníssima e cheia
De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,
E todos os gestos não saem do nosso corpo
E só alcançamos onde o nosso braço chega,
E só vemos até onde chega o nosso olhar.

Vem, dolorosa,
Mater-Dolorosa das Angústias dos Tímidos,
Turris-Eburnea das Tristezas dos Desprezados,
Mão fresca sobre a testa em febre dos humildes,
Sabor de água sobre os lábios secos dos Cansados.
Vem, lá do fundo
Do horizonte lívido,
Vem e arranca-me
Do solo de angústia e de inutilidade
Onde vicejo.
Apanha-me do meu solo, malmequer esquecido,
Folha a folha lê em mim não sei que sina
E desfolha-me para teu agrado,
Para teu agrado silencioso e fresco.
Uma folha de mim lança para o Norte,
Onde estão as cidades de Hoje que eu tanto amei;
Outra folha de mim lança para o Sul,
Onde estão os mares que os Navegadores abriram;
Outra folha minha atira ao Ocidente,
Onde arde ao rubro tudo o que talvez seja o Futuro,
Que eu sem conhecer adoro;
E a outra, as outras, o resto de mim
Atira ao Oriente,
Ao Oriente donde vem tudo, o dia e a fé,
Ao Oriente pomposo e fanático e quente,
Ao Oriente excessivo que eu nunca verei,
Ao Oriente budista, bramânico, sintoísta,
Ao Oriente que tudo o que nós não temos,
Que tudo o que nós não somos,
Ao Oriente onde — quem sabe? — Cristo talvez ainda hoje viva,
Onde Deus talvez exista realme:nte e mandando tudo...

Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores,
Sobre os mares sem horizontes precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
ó domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!

Vem, cuidadosa,
Vem, maternal,
Pé ante pé enfermeira antiquíssima, que te sentaste
À cabeceira dos deuses das fés já perdidas,
E que viste nascer Jeová e Júpiter,
E sorriste porque tudo te é falso é inútil.

Vem, Noite silenciosa e extática,
Vem envolver na noite manto branco
O meu coração...
Serenamente como uma brisa na tarde leve,
Tranqüilamente com um gesto materno afagando.
Com as estrelas luzindo nas tuas mãos
E a lua máscara misteriosa sobre a tua face.
Todos os sons soam de outra maneira
Quando tu vens.
Quando tu entras baixam todas as vozes,
Ninguém te vê entrar.
Ninguém sabe quando entraste,
Senão de repente, vendo que tudo se recolhe,
Que tudo perde as arestas e as cores,
E que no alto céu ainda claramente azul
Já crescente nítido, ou círculo branco, ou mera luz nova que vem.

A lua começa a ser real.

II

Ah o crepúsculo, o cair da noite, o acender das luzes nas grandes cidades
E a mão de mistério que abafa o bulício,
E o cansaço de tudo em nós que nos corrompe
Para uma sensação exata e precisa e ativa da Vida!
Cada rua é um canal de uma Veneza de tédios
E que misterioso o fundo unânime das ruas,
Das ruas ao cair da noite, ó Cesário Verde, ó Mestre,
Ó do "Sentimento de um Ocidental"!

Que inquietação profunda, que desejo de outras coisas,
Que nem são países, nem momentos, nem vidas,
Que desejo talvez de outros modos de estados de alma
Umedece interiormente o instante lento e longínquo!

Um horror sonâmbulo entre luzes que se acendem,
Um pavor terno e líquido, encostado às esquinas
Como um mendigo de sensações impossíveis
Que não sabe quem lhas possa dar ...

Quando eu morrer,
Quando me for, ignobilmente, como toda a gente,
Por aquele caminho cuja idéia se não pode encarar de frente,
Por aquela porta a que, se pudéssemos assomar, não assomaríamos
Para aquele porto que o capitão do Navio não conhece,
Seja por esta hora condigna dos tédios que tive,
Por esta hora mística e espiritual e antiquíssima,
Por esta hora em que talvez, há muito mais tempo do que parece,
Platão sonhando viu a idéia de Deus
Esculpir corpo e existência nitidamente plausível.
Dentro do seu pensamento exteriorizado como um campo.

Seja por esta hora que me leveis a enterrar,
Por esta hora que eu não sei como viver,
Em que não sei que sensações ter ou fingir que tenho,
Por esta hora cuja misericórdia é torturada e excessiva,
Cujas sombras vêm de qualquer outra coisa que não as coisas,
Cuja passagem não roça vestes no chão da Vida Sensível
Nem deixa perfume nos caminhos do Olhar.

Cruza as mãos sobre o joelho, ó companheira que eu não tenho nem quero ter.
Cruza as mãos sobre o joelho e olha-me em silêncio
A esta hora em que eu não posso ver que tu me olhas,
Olha-me em silêncio e em segredo e pergunta a ti própria
Tu que me conheces — quem eu sou ...

Álvaro de Campos, Poesia, Assírio & Alvim, Lisboa, 2002

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Cresce-nos

Sabe bem viver e saber onde se chegará
Que bom será viver lá
Ser algo maior aqui contigo
Cresce-nos sempre mais o alimento do sonho
Cresce-nos até o gigante sentir ser comum em nós
Cresce-nos tudo a viver cada arzinho, cada momento

de F.J.O.C.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Somewhere only we know" - Keane


Keane - Somewhere Only We Know
by Keane-official


Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when, you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin
And if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go, somewhere only we know
Somewhere only we know?

Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So, tell me when you gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin
And if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything.
So why don't we go, so why don't we go?

Hmmm yeahh.

This could be the end of everything
So why don't we go, somewhere only we know,
Somewhere only we know
Somewhere only we know?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O som de lá

Apetece-me ir para a chuva

Porquê?

Porque não tenho sono e o som dela chama-me...

O som dela embala

"I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight" - U2


She's a rainbow and she loves the peaceful life
Knows I'll go crazy if I don't go crazy tonight

There's a part of me in chaos that's quiet
And there's a part of you that wants me to riot
Everybody needs to cry or needs to spit
Every sweet-tooth needs just a little hit
Every beauty needs to go out with an idiot
How can you stand next to the truth and not see it?
Change of heart comes slow..

It's not a hill it's a mountain
As you start out the climb
Do you believe me or are you doubtin?
We're gonna make it all the way to the light
But I know I'll go crazy if I don't go crazy tonight

Every generation gets a chance to change the world
Divination that will listen to your boys and girls
Is the sweetest melody the one we haven't heard?
Is it true that perfect love drives out all fear?
The right to be ridiculous is something I hold dear
But change of heart comes slow...

It's not a hill it's a mountain
As you start out the climb
You see for me I've been shoutin
But we're gonna make it all the way to the light
But I know I'll go crazy if I don't go crazy tonight

Baby, baby, baby, I know I'm not alone
Baby, baby, baby, I know I'm not alone
Ha, ha, ha

It's not a hill it's a mountain
You see for me I've been shouting
Let's shout until the darkness, squeeze out sparks of light
You know we'll go crazy
You know we'll go crazy
You know we'll go crazy, if we don't go crazy tonight

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"1234" - Feist


Feist - 1234
by ListenToFeist


one, two, three, four,
tell me that you love me more.
sleepless, long nights.
Old teenage hopes are alive at your door
Left you with nothing but they want some more
oh, oh, oh,
you're changing your heart.
oh, oh, oh,
you know who you are.
sweetheart, bitter heart,
now i can't tell you apart.
cozy and cold,
put the horse before the cart.
Those teenage hopes who have tears in their eyes
Too scared to own up to one little lie
oh, oh, oh,
you're changing your heart.
oh, oh, oh,
you know who you are.
one, two, three, four, five, six, nine, and ten.
money can't buy you back the love that you had then.
one, two, three, four, five, six, nine, and ten.
money can't buy you back the love that you had then.
oh, oh, oh,
you're changing your heart.
oh, oh, oh,
you know who you are.
oh, oh, oh,
you're changing your heart.
oh, oh, oh,
you know who you are.
who you are

For the teenage boys
They're breaking your heart
For the teenage boys
They're breaking your heart

"It´s no good" - Depeche Mode




Depeche Mode - It's No Good
by lebordeluche




Im going to take my time
I have all the time in the world
To make you mine
It is written in the stars above
The gods decree
Youll be right here by my side
Right next to me
You can run but you cannot hide

Dont say you want me
Dont say you need me
Dont say you love me
Its understood
Dont say youre happy
Out there without me
I know you cant be
cause its no good

Ill be fine
Ill be waiting patiently
Till you see the signs
And come running to my open arms
When will you realize
Do we have to wait till our worlds collide
Open up your eyes
You cant turn back the tide

Dont say you want me
Dont say you need me
Dont say you love me
Its understood
Dont say youre happy
Out there without me
I know you cant be
cause its no good

Im going to take my time
I have all the time in the world
To make you mine
It is written in the stars above

Dont say you want me
Dont say you need me
Dont say you love me
Its understood
Dont say youre happy
Out there without me
I know you cant be
cause its no good

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

"This woman" - Sean Riley & The Slowriders



This woman is crazy
Comes around now and then
And shouts some words at me.

I can't remember where we met
Up north near the border
Or down south by the sea.

She's wrong most of the times
But it's the times when she's right
She really gets to me.


So I pray not to see her again
Everytime she comes around.


But I know it's not gonna be easy
I don't know where she is
I don't know where she is now.

She always finds a way to find me
I can't run away, there's no way out
No way I'm gonna stay another day.

Nessas horas...

Quero ser o anjo presente no teu sono!

Para te confortar e tranquilizar, dar-te paz de espírito!


O teu Anjo Protector

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

"Something" - Beatles

Obrigado mano!
"You know i love that woman o'mine and i need her all of the time. Oh, i'm telling you, that woman, that woman no make me blue."



Something in the way she moves,
Attracts me like no other lover.
Something in the way she woos me.
I don't want to leave her now,
You know I believe and how.

Somewhere in her smile she knows,
That I don't need no other lover.
Something in her style that shows me.
I don't want to leave her now,
You know I believe and how.

You're asking me will my love grow,
I don't know, I don't know.
Stick around, and it may show,
But I don't know, I don't know.

Something in the way she knows,
And all I have to do is think of her.
Something in the things she shows me.
I don't want to leave her now.
You know I believe and how.

Composição: George Harrison

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"Fallin' for you" - Colbie Caillat


I don’t know but
I think I maybe
Fallin’ for you
Dropping so quickly
Maybe I should
Keep this to myself
Waiting ’til I
Know you better

I am trying
Not to tell you
But I want to
I’m scared of what you’ll say
So I’m hiding what I’m feeling
But I’m tired of
Holding this inside my head

I’ve been spending all my time
Just thinking about ya
I don’t know what to do
I think I’m fallin’ for you
I’ve been waiting all my life
and now I found ya
I don’t know what to do
I think I’m fallin’ for you
I’m fallin’ for you

As I’m standing here
And you hold my hand
Pull me towards you
And we start to dance
All around us
I see nobody
Here in silence
It’s just you and me

I’m trying
Not to tell you
But I want to
I’m scared of what you’ll say
So I’m hiding what I’m feeling
But I’m tired of
Holding this inside my head

I’ve been spending all my time
Just thinking about ya
I don’t know what to do
I think I’m fallin’ for you
I’ve been waiting all my life
and now I found ya
I don’t know what to do
I think I’m fallin’ for you
I’m fallin’ for you

Oh I just can’t take it
My heart is racing
The emotions keep spinning out

I’ve been spending all my time
Just thinking about ya
I don’t know what to do
I think I’m fallin’ for you
I’ve been waiting all my life
and now I found ya
I don’t know what to do
I think I’m fallin’ for you
I’m fallin’ for you

I can’t stop thinking about it
I want you all around me
And now I just can’t hide it
I think I’m fallin’ for you (x2)

I’m fallin’ for you

Ooohhh
Oh no no
Oooooohhh
Oh I’m fallin’ for you


Released June 29, 2009
Recorded 2009
Genre Pop, Ballad
Length 3:34
Label Universal Republic
Writer Colbie Caillat and Rick Nowels
Producer Rick Nowels,John Shanks and Ken Caillat

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Eu...

Não viajo tanto quanto gostava
Não leio tanto quanto devia
Ouço música quanto baste
Por vezes encontro em mim a tal graça

Assim vou-me vagarosamente

Algumas vezes escravo do hábito
Em trajectos bem variados
As marcas não se fixam em mim
As cores variam a vestir
E de conversas vêm caras novas

Assim deixo-me ir morosamente

Não evitei paixões
Nem esconderei o branco com escuro
Ou aperfeiçoarei os i's
Sem procurar esse redemoinho
Em emoções de altos e baixos

Do mesmo modo ronceiramente continuarei

Hoje virava a mesa bruscamente
Mas porque quero sonhar sempre
Quero ser feliz na minha insensatez

Assim só muito espaçadamente irei

Passam dias e meses, anos não
Sem da má sorte me maldizer
A chuva não incomoda tolos

Assim certamente durarei mais

Projectos a mais ficaram para trás
Curiosidade sempre premente
Ao não responder estarei deslocado

Logo em fogo lento viverei


de F.J.O.C.

"Imortais" - Mafalda Veiga


Por mais que a vida nos agarre assim
Nos troque planos sem sequer pedir
Sem perguntar a que é que tem direito
Sem lhe importar o que nos faz sentir

Eu sei que ainda somos imortais
Se nos olhamos tão fundo de frente
Se o meu caminho for para onde vais
A encher de luz os meus lugares ausentes

É que eu quero-te tanto
Não saberia não te ter
É que eu quero-te tanto
É sempre mais do que eu te sei dizer
Mil vezes mais do que eu te sei dizer

Por mais que a vida nos agarre assim
Nos dê em troca do que nos roubou
Às vezes fogo e mar, loucura e chão
Ás vezes só a cinza do que sobrou

Eu sei que ainda somos muito mais
Se nos olhamos tão fundo de frente
Se a minha vida for por onde vais
A encher de luz os meus lugares ausentes

É que eu quero-te tanto
Não saberia não te ter
É que eu quero-te tanto
É sempre mais do que eu sei te dizer
Mil vezes mais do que eu te sei dizer

Composição: Mafalda Veiga

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Entre o Sol e a Lua (Esta Noite)" - Ricardo Azevedo


Se hoje te dissesse que o sol brilha só para ti
Que as nuvens partiram e levaram a sombra que nos
tentou afastar.
O dia vai acabar
Vou oferecer-te o luar
Porque o céu não é de ninguém.

Refrão:
Vem comigo esta noite
Vem comigo esta noite
Agarrra a minha mão, dou-te estrelas, o luar.
Se isso não chegar, ouve bem esta canção.
Hoje dou-te o meu coração.


Se eu pudesse voltar atrás no tempo
Tinha te dito que a terra gira por ti
O dia vai acabar
Vou oferecer-te o luar
Porque o céu não é de ninguém
Hum Hum
Tenho que te dizer
Hum Hum
Tenho tanto para te dizer

Refrão:
Vem comigo esta noite
Vem comigo esta noite
Agarra a minha mão, dou-te estrelas, o luar.
Se isso não chegar ouve bem esta canção
Hoje dou-te...
Hoje dou-te...
Hoje dou-te o meu coração.

"Um segredo fechado" - Classificados


Longe daqui,
Tens um segredo guardado,
Para abrir,
Num lugar mais desejado,
Num lugar onde possas saber,
Que por ser segredo não podes dizer

Serás tu a sombra que olhas no chão,
Serás a promessa que trazes na mão,
De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar,
Se não tens ninguém a quem te revelar,
Serás o silêncio ou um sonho desfeito,
Será teu o grito que arrancas do peito,
De que vale teres a Lua e o Céu inteiro para voar,
Se não tens ninguém a quem te poder dar

Longe daqui,
Tens um desejo fechado,
Para abrir
Num lugar mais arejado,
Num lugar onde possas saber,
O que há já muito tempo ficou por dizer

Serás tu a sombra que olhas no chão,
Serás a promessa que trazes na mão,
De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar,
Se não tens ninguém a quem te revelar,
Serás o silêncio ou um sonho desfeito,
Será teu o grito que arrancas do peito,
De que vale teres a Lua e o Céu inteiro para voar,
Se não tens ninguém a quem te poder dar

Fixaste o teu olhar no meu,
Ficaste longe daqui,
Tu estás longe de ti,
Tão longe de nós,
Podes parar de saltar,
Noutro lugar

Serás tu a sombra que olhas no chão,
Serás a promessa que trazes na mão,
De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar,
Se não tens ninguém a quem te revelar,
Serás o silêncio ou um sonho desfeito,
Será teu o grito que arrancas do peito,
De que vale teres a Lua e o Céu inteiro para voar,
Se não tens ninguém a quem te poder dar

Composição: Serafim Borges