Não viajo tanto quanto gostava
Não leio tanto quanto devia
Ouço música quanto baste
Por vezes encontro em mim a tal graça
Assim vou-me vagarosamente
Algumas vezes escravo do hábito
Em trajectos bem variados
As marcas não se fixam em mim
As cores variam a vestir
E de conversas vêm caras novas
Assim deixo-me ir morosamente
Não evitei paixões
Nem esconderei o branco com escuro
Ou aperfeiçoarei os i's
Sem procurar esse redemoinho
Em emoções de altos e baixos
Do mesmo modo ronceiramente continuarei
Hoje virava a mesa bruscamente
Mas porque quero sonhar sempre
Quero ser feliz na minha insensatez
Assim só muito espaçadamente irei
Passam dias e meses, anos não
Sem da má sorte me maldizer
A chuva não incomoda tolos
Assim certamente durarei mais
Projectos a mais ficaram para trás
Curiosidade sempre premente
Ao não responder estarei deslocado
Logo em fogo lento viverei
de F.J.O.C.
Livro-semente I em viagem pelo Japão
Há 8 anos
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