Às vezes queria ter apenas uma palavra
para te ver, tão leve como a flor, ou
tão doce como o amor; queria saboreá-la,
como se fosse um torrão - ou dizê-la
como fácil suspiro, sem dor nem tristeza.
De outras vezes, queria envolvê-la numa
espuma de frases, escondê-la sob a névoa
do verso, ou atirá-la ao vento que a
confundisse com a mais branca nuvem.
Mas essa palavra só existe porque diz
o que és, quando a digo; e se a não
para te ver, tão leve como a flor, ou
tão doce como o amor; queria saboreá-la,
como se fosse um torrão - ou dizê-la
como fácil suspiro, sem dor nem tristeza.
De outras vezes, queria envolvê-la numa
espuma de frases, escondê-la sob a névoa
do verso, ou atirá-la ao vento que a
confundisse com a mais branca nuvem.
Mas essa palavra só existe porque diz
o que és, quando a digo; e se a não
digo, também o silêncio se transforma
em palavra, para que o espelho do poema
se abra, e nele o teu rosto me sorria.
em palavra, para que o espelho do poema
se abra, e nele o teu rosto me sorria.
(de O Breve Sentimento do Eterno de Nuno Júdice)
1 comentário:
Adoro ver o nosso reflexo no espelho... o nosso sorriso!
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